Por: Dr. Thomas Gaia

A infecção pós-operatória é um dos problemas mais graves enfrentados pelo paciente e pela equipe médica. A utilização de técnicas inadequadas de sanear instrumentos cirúrgicos, o mal uso de drogas profiláticas e salas cirúrgicas de grande defasagem em sua infraestrutura, agravadas pela falta de conhecimento e comprometimento da equipe médica, tem levado famílias e pacientes a viverem verdadeiros martírios.

As infecções pós-operatórias podem existir em quaisquer procedimentos cirúrgicos e jamais podem ser subestimadas. A equipe médica tem a obrigação de se empenhar ao máximo para evitá-las, e quando elas acontecem, devem ser precocemente tratadas para aumentar as chances de cura.

Nas cirurgias de traumas ortopédicos, fatores como o estado clínico do paciente, a energia envolvida no trauma, fraturas expostas, tempo gasto na cirurgia e o tabagismo aumentam ainda mais esta problemática, podendo levar o sítio cirúrgico ( lugar do corpo onde será realizada a cirurgia) a ter maior chance de ser acometido por uma infecção. Esta infecção pode se dar nas primeiras 24h após a cirurgia (aguda) ou pode acontecer de forma tardia, podendo se manifestar semanas, ou até anos depois da cirurgia.

A infecção pode ser suspeitada pela presença de edemas e vermelhidão ao redor da incisão cirúrgica, com a presença de saída de secreção pururlenta. O tratamento proposto normalmente é, a princípio, uma limpeza cirúrgica com coleta de material para cultura de possíveis bactérias presentes e identificação de qual antibiótico será o mais adequado.

Uso toda a minha experiência profissional e conhecimento científico, para ser cada vez mais assertivo nas cirurgias que realizo. Os cuidados com meus pacientes começam já no primeiro atendimento, onde, mesmo em situação de emergência, são observadas as condições clínicas e psicológicas, condições do sítio cirúrgico e são dadas a minha equipe, toda a orientação necessária para que o risco de ocorrer algum problema seja muito baixo.

Nas cirurgias eletivas, discutimos em meu consultório, o tipo de anestesia, tempo de internação, riscos que podem oferecer, tipos possíveis de cicatrizes, medicação e cuidados essenciais antes e após o procedimento cirúrgico.

Acredito que o paciente estar bem informado é fundamental em todo o processo, inclusive na prevenção de infecções.

A busca pela recuperação e por uma vida saudável, deve ser embasada em muita esperança e maturidade e a relação médico e paciente é parte decisiva no alcance do sucesso da cirurgia.