Por: DRA. DANIELE FREITAS PEREIRA
A síndrome de sjögren (SS) é uma doença autoimune, inflamatória, crônica, que afeta as glândulas lacrimais e salivares, causando disfunções como olhos secos (xeroftalmia) e boca seca (xerostomia). Outras glândulas também podem ser acometidas como: o pâncreas, glândulas sudoríparas, glândulas do trato respiratório, gastrointestinal e uro-genital.
O sjögren pode surgir como uma doença primária (SS primária) ou estar associada a outras doenças autoimunes ou virais (SS secundária) como artrite reumatoide, lúpus, esclerodermia, hepatite C, esclerose múltipla, doença de Graves, dentre outras.
A doença primária não tem uma causa conhecida. Cerca de nove mulheres são acometidas para cada homem, por este motivo, disfunções hormonais podem estar relacionadas com o aparecimento da síndrome. Fatores ambientais, como infecções virais prévias ou bacterianas também podem estar relacionadas.
Os sintomas mais comuns da doença são: secura nos olhos, boca, garganta, pele, mucosa vaginal. No entanto diversas manifestações podem ocorrer nos pacientes com sjögren como: artrite, úlcera de córnea, alteração pulmonar, cardíaca e no fígado, manifestações neurológicas, perda de audição e até sintomas gerais como febre baixa, ganglios aumentados, cansaço (fadiga), dor generalizada.
O diagnóstico da síndrome de sjögren é baseado no exame físico e nas queixas clínicas dos pacientes em conjunto com alterações em exames de sangue como: presença de fator antinucleo (FAN) e anticorpos contra antígenos Ro e La dentre outras. Avaliação oftalmológica é importante, e auxilia no diagnóstico. Algumas vezes, também há necessidade de exames específicos como sialografia e cintilografia e até biópsia da glândula salivar.
A base do tratamento na síndrome de sjögren secundária é descobrir e tratar a doença que levou a síndrome seca. Na maioria da vezes os sintomas da doença melhoram após o controle da doença de base.
Na síndrome de sjögren primária, o tratamento baseia-se na estimulação ou substituição das secreções glandulares através de medicamentos e orientações gerais. As manifestações extraglandulares devem ser tratadas de acordo com o tipo de acometimento, geralmente utilizam-se corticosteroides ou imunossupressores.
Bom relacionamento médico paciente auxilia no tratamento. Esclarecer dúvidas, orientar cuidados específicos de higiene, e tratar complicações associadas fazem parte da abordagem terapêutica.