Falamos continuamente em nossas redes sociais sobre os grandes benefícios que a prática de atividades físicas nos traz, quando realizadas com disciplina. Muitas vezes o acompanhamento de um profissional é primordial para evitar lesões que podem deixar sequelas graves, e as vezes, o tratamento demandará um tempo que o paciente não quer perder.
Em meu dia a dia como especialista em cirurgia do quadril, observo que alguns exercícios de alto impacto, que prejudicam profundamente o quadril, poderiam ser evitados com cuidados básicos.
Um número significativo de amantes da corrida, aumentaram a demanda por tratamento cirúrgico e clínico em meu consultório. A principal patologia, a fratura por estresse, ocorre quando o impacto da sobrecarga constante das pisadas, causam uma lesão óssea, e sem tempo adequado de descanso, a lesão evolui rapidamente.
As fraturas por estresse no quadril, normalmente ocorrem no colo do fêmur , que está localizado abaixo da cabeça femoral, a parte considerada mais distinta do osso da coxa. Começam lentamente, mas com a repetição contínua, se deslocam por completo e agravam o estresse sobre o colo femoral. O osso é uma estrutura viva e possui grande capacidade de adaptação, mas este agravamento, causado pelo estresse, supera está capacitação óssea, principalmente quando começamos uma atividade nova, cansativa e longa como a corrida. A fratura causada pelo estresse está basicamente relacionada ao aumento de treinos intensos e mal planejados.
As mulheres em razão de suas mudanças hormonais, são mais propicias a ter fratura por estresse e os fatores como distúrbios alimentares e envelhecimento natural, aumentam ainda mais está predisposição.
A principal queixa das fraturas de estresse no quadril, é a dor na virilha. Os pacientes relatam que mesmo quando não estão se movimentando, sofrem bastante com a dor. Mas em geral o maior sofrimento é o tempo que terá que ficar afastado das atividades físicas, para a eficácia do tratamento.
Para escolhermos o tratamento adequado, no consultório são realizados exames físicos minuciosos , na sequência devem ser realizados exames de imagem como o raio x e a ressonância magnética. Após um diagnóstico preciso, iniciamos então o tratamento. Existem algumas classificações para as fraturas por estresse do colo do fêmur, as que eu mais utilizo para definir tratamento são: classificações que divide as fraturas em zona de compressão e zona de tensão e classificação das fraturas em completas e incompletas. No caso de fraturas incompletas e na zona de compressão, o tratamento adequado é mais simples, dá-se com analgésicos e descanso contínuo dos quadris, auxiliado pelo uso das muletas, para evitar o risco de deslocamento.
Nos casos mais severos, onde a fratura pode se deslocar e colocar em risco o futuro da articulação do quadril, a cirurgia será essencial, pois este deslocamento pode causar vários males, entre eles, a lesão dos vasos sanguíneos e o colapso da cabeça do fêmur que chamamos de necrose vascular da cabeça femoral. O tratamento cirúrgico é simples e o objetivo é fixar a cabeça femoral com parafusos, evitando o deslocamento da mesma.
Lembro que seguindo um programa de treinamento para corrida balanceado, associado ao condicionamento muscular e alimentação saudável, a grande maioria das lesões pode ser evitada. Caso os sintomas de dor apareçam durante a prática da atividade física, estes não devem ser ignorados, pois trata-se de um alerta do corpo, de que algo não vai bem. Na presença destes sintomas, consulte um médico especializado na área, para iniciar o quanto antes um tratamento, evitando complicações e agravamento do quadro.
O Instituto DR Clinic possui uma equipe completa para te auxiliar em todas as etapas de sua lesão. Desde o diagnóstico até a volta às corridas. Estamos à sua disposição.
