A correria da “vida moderna” com certeza não favorece em nada a nossa saúde. A má alimentação, má postura e o sedentarismo tem invadido os consultórios médicos, onde tudo é atribuído ao pouco tempo que sobra para cuidar de si mesmo. A Ansiedade e o Estresse – que podem ser chamados de doenças psicossomáticas – tem levado pacientes jovens a enfrentarem problemas, que até pouco tempo, eram comuns aos mais idosos.
Doenças psicossomáticas trazem muitas complicações à sustentação de nosso corpo e causam sofrimento ao nosso sistema musculoesquelético, pois quando não se tem um período de relaxamento adequado, os nossos músculos ficam em contração permanente, até mesmo quando nos movimentamos. Isso altera o consumo de oxigênio, acumulando ácido lático, o principal causador das dores que sentimos nos músculos.
Outro problema diluído na rapidez exigida pela “vida moderna” e também muito comum em meu consultório, é causado por esforços repetitivos ( LER) e pela contínua postura inadequada ( DORT). Produzida não só pela função desenvolvida no trabalho, mas principalmente pelo sedentarismo que a tecnologia moderna propõe. Essas lesões possuem uma progressão muito lenta, podem comprometer nervos, tendões e músculos, necessitando de muita atenção para as características específicas que apresentam e de tratamentos singulares, para não se desenvolverem e virarem sérias enfermidades como a fibromialgia, síndrome do túnel do carpo e neuropatias compressivas, tendinites ou tenossinovites. Apresentam sintomas como: formigamento, fragilidade de movimento e fortes dores. Observo que esse último, causa um sentimento de desesperança na maioria de meus pacientes.
Eu também me incluo na correria desta “vida moderna” , sou médico, pesquisador, casado e pai de dois filhos, coordeno um grupo de profissionais em um importante hospital em São Paulo e além disso, sou diretor do Instituto DR Clinic, ficando ao meu encargo criar mecanismos que ofereçam tratamento humanizado aos pacientes que recebemos aqui, e ainda, que proporcionem capacidade e evolução no campo científico à minha equipe. Mas não abro mão de praticar esportes, e o que eu sempre digo aos meus pacientes, é que a prática de atividade física é o melhor remédio.
O movimento é como guia para nossa saúde. Possibilita o total restabelecimento e pode devolver a qualidade de vida, tão importante para nós.
Sempre temos que nos organizar para que a “preguiça”, a falta de tempo e a tristeza não nos vençam. É fácil praticar atividades físicas morando e trabalhando nos grandes centros. Existem academias, parques e praças espalhados pelas cidades. Moramos em um país tropical e não existe beleza igual à de um dia de sol. A natureza pode ser a nossa grande incentivadora para acharmos um tempinho e nos exercitarmos.
Já falamos muitas vezes aqui no blog, sobre os cuidados que temos que ter ao praticar atividades físicas, para que ela de fato nos favoreça e traga longevidade. Falamos dos inúmeros benefícios da alimentação saudável e da hidratação adequada. Mas me parece que ainda há uma resistência ao esporte e multiplicam-se enfermidades que facilmente poderiam ser evitadas pelo cuidar-se.
Os problemas de má postura e esforços repetitivos, aos quais dei ênfase, se detectados precocemente, melhoram com fisioterapia e medicamentos, mas sua cura é agilizada pela prática de exercícios, que proporcionem o alongamento. Se você passar a maior parte de seu tempo num escritório, por exemplo, existem exercícios laborais que o ajudarão muito. Quando estamos em área livre, caminhadas e corridas, terão um efeito muito significativo. Em tudo temos que nos dedicar. O início pode trazer alguns desconfortos, mas o resultado será grandemente positivo.
Não insista no sedentarismo. Procure uma atividade que lhe de prazer. Procure aprender exercícios adequados para alongar e fortalecer seu corpo, afastando o perigo de ficar doente, e ai sim, ter que abrir mão de sua família e de seu tempo, para se tratar mais severamente.
Movimente-se!
