
Por: Dr. Thales Godoi
Dentre os traumas mais recorrentes nas clínicas de ortopedia e hospitais, estão as fraturas. Causadas por acidentes domésticos, acidentes violentos, quedas e até mesmo por atividades físicas sem respeitar os limites do corpo, as fraturas podem trazer conseqüências graves e ocasionarem muita dor e sofrimento.
A fratura é uma ruptura na continuação do osso, podendo ser modestas e passarem facilmente despercebidas ou causarem seqüelas pela sua gravidade. Ocorrendo em grupos específicos, como crianças e idosos, se não forem corretamente manejadas podem ser de difícil recuperação com consequências importantes.
Existem vários tipos de fratura e sua classificação depende de vários critérios. As mais conhecidas são: a fratura por estresse (comentada por meus colegas do Instituto DR Clinic aqui em nosso Blog), as fraturas expostas ou fechadas (quando há, ou não, rompimento da pele) e as fraturas por fragilidade que ocorrem nos pacientes com osteoporose.
Tenho me dedicado profundamente ao estudo das técnicas mais avançadas de cirurgia, e posso dizer que o diagnóstico e planejamento adequado é a melhor ferramenta para o sucesso do tratamento e da total recuperação. Serão necessários exames adequados e profunda avaliação médica, para identificar e classificar a fratura, e assim, buscar a melhor opção para começar o tratamento rapidamente.
Os métodos escolhidos devem levar em conta as condições físicas e a gravidade da lesão, podendo ser cirúrgico ou não. Nos casos não cirúrgicos (também chamado de tratamento conservador), as técnicas mais empregadas são: talas gessadas, gesso circular, talas metálicas, órteses removíveis e tipoias.
Nos casos, onde a cirurgia está indicada, os tipos e variedades de implantes são muitos. Dentre os mais conhecidos estão os fios de Kirshner, placas, parafusos, hastes intramedulares e fixadores externos.
Com relação as placas e parafusos existem diversas técnicas e implantes disponíveis, dependendo do local e tipo da fratura. Alguns casos exigem grandes incisões com grandes implantes, mas em outros pode ser possível empregar placas já moldadas de acordo com a anatomia do osso em questão (placas pré-moldadas ou anatômicas) e utilizar técnicas menos agressivas, as chamadas técnicas minimamente invasivas.
O avanço da tecnologia dos implantes permitiu a melhoria dos mesmos, além de diminuir a necessidade de grandes incisões e até mesmo melhor estabilização das fraturas, porém nem sempre é possível sua utilização a depender do tipo e local da fratura. Um bom exemplo são as hastes intramedulares, dispositivos que são posicionados “dentro” do osso (região da medular óssea) e através de incisões acessórias são introduzidos parafusos para manter o implante estável (parafusos de bloqueio) e/ou realizar a redução da fratura.
Recebo em meu consultório muitos pacientes preocupados com as alterações decorrentes das fraturas e com o tempo necessário para a recuperação. Felizmente as cirurgias para as fraturas (as cirurgias de osteossíntese) acompanham a evolução da tecnologia e diminuem a cada dia as taxas de insucesso. Tratamentos como a fisioterapia, acupuntura e a preservação de hábitos saudáveis, reduzem o tempo de tratamento, dando ao paciente condições para voltar às suas atividades normais. Outra boa notícia é que a necessidade de apoios como bengalas e muletas, usados para preservar os movimentos, também tem uma diminuição considerável em seu tempo de uso, graças a evolução dos estudos e avanços nas subespecialidades.