Por: Dr. Miguel Bovo

O tecido ósseo está em constante atividade metabólica, mantendo um equilíbrio entre a lise (realizado por osteoclastos) e a reposição (osteoblastos).

Quando submetida a sobrecargas dentro da sua capacidade, a estrutura óssea se deforma, mas retorna a sua condição inicial com o fim da sobrecarga (deformidade elástica), porém quando a sobrecarga é maior que a resistência do ossos ele se deforma definitivamente, não retornando a sua condição inicial (deformidade plástica) e ,caso a sobrecarga se mantenha, ocorrerá microfraturas. e essas microfraturas podem evoluir e se tornar uma fratura parcial ou completa.

Fraturas por estresse são mais comuns na tíbia, fíbula e nos ossos do pé (2 e 3 metatarso) e os atletas que sofrem mais com essa patologia são os maratonistas e os militares, porém essa situação pode ocorrer em qualquer atleta e também ocorre em idosos e crianças.

O principal sintoma é a dor de inicio insidioso que piora de forma progressiva, e normalmente relacionada a períodos de aumento de intensidade dos treinos, mudança de piso, índice de massa corpórea fora do ideal, alterações na formação dos pés (pé cavo, plano ou principalmente pronado) e sexo feminino. Como a dor é algo muito ligado a prática esportiva, principalmente em atletas de alto desempenho, é necessário tomar cuidado e sempre procurar um especialista quando apresentar sintomas.

O diagnóstico precoce é de extrema importância ,para iniciar o tratamento correto o quanto antes, e é feito associando a história clínica com exames de imagem, entre eles estão a cintilografia óssea, ressônancia magnética e radiografias.

O tratamento sempre deve ser individualizado, mas a maioria dos pacientes se beneficia do tratamento conservador (não cirurgico), porém em alguns cassos de diagnóstico tardio ou de evolução para fraturas completas é necessário o tratamento cirurgico.